Caros leitores, nestes pouco mais de dois anos de Prós e Contras, comida japonesa foi um dos assuntos mais tratados – possivelmente só cinema e séries de TV receberam tanta ou mais atenção minha. A imensa maioria das vezes em que escrevi sobre a culinária do país do sol nascente, tratei de restaurantes de Porto Alegre. Entretanto, conforme eu comentei anteriormente (aqui), Porto Alegre não será mais meu lar (pelo menos por algum tempo). Assim sendo, resolvi escrever um derradeiro texto para totalizar tudo o que experimentei e aprendi sobre os restaurantes japoneses da capital gaúcha.
Foram cerca de 4 anos frequentando estabelecimentos, vi alguns decaírem, alguns se sobressaírem e presenciei até o nascimento de alguns. Para que o leitor possa ter melhor compreensão da validade da minha lista, compilei os nomes dos restaurantes em que estive. Eis a lista, com links para os restaurantes sobre os quais eu escrevi resenhas: Barko Temaki e Sushi, Dado Bier Bourbon Country (dois textos, aqui e aqui), Daimu Cozinha Japonesa (três textos, aqui, aqui e aqui), Gendai Barra Shopping, Gendai Praia de Belas, Gokan Sushi, Gokan Sushi Lounge (dois textos, aqui e aqui), Hadouken Sushi Bar, Temakeria e Empório Japesca (Mercado – dois textos, aqui e aqui), Temakeria Japesca (Siqueira Campos – dois textos, aqui e aqui), Japonês Sushi (tele-entrega), Jappa Sushi (três textos, aqui, aqui e aqui), Nacional Iguatemi, Riversides Shikki (Nilo Peçanha), Riversides Shikki Café (Padre Chagas – dois textos, aqui e aqui), Restaurante Saikô (dois textos, aqui e aqui), Sashiburi, Sushi Drive (Goethe), Sushi Namoto, Sushi Seninha (dois textos, aqui e aqui), Sushiaki Japanese Food (Iguatemi), Takêdo Restaurante, Takemar Temakeria & Petiscos do Mar, Temakeria (Lima e Silva), Temaki Express, Temari e Tmaki. O total é de 27 locais diferentes. O total de textos sobre os restaurantes é 32 (sem levar em conta os posts da série “melhores restaurantes japoneses para almoçar” e um texto em inglês sobre tele-entregas). Percebi, ao revisar a lista de textos, que cometi algumas injustiças: estive uma vez no Sashiburi, duas vezes no Temaki Express e três ou quatro vezes no Tmaki e não escrevi sobre eles.
Bem, agora que o leitor já sabe quais restaurantes eu conheço, chegou a hora de fazer a lista. Optei por escolher os 10 melhores (cerca de um terço do total dos que eu visitei). Quando eu fiz as listas de melhores restaurantes para almoçar, eu estabeleci critérios bem definidos, quase matemáticos. A proposta aqui tem que ser diferente, uma vez que há restaurantes que abrem só para a janta, enquanto outros funcionam também no horário de almoço; há duas tele-entregas; alguns trabalham com sistema livre (festival, buffet ou rodízio), enquanto outros oferecem apenas o serviço à la carte. Em função dessas diferenças todas, me decidi pelo caminho mais simples. O critério é: restaurantes que eu mais gostaria de voltar, levando em conta meu prazer ao ir e o custo com que é necessário arcar. Vale salientar que eu coloco o peso maior sobre o sabor da comida, então bom atendimento e ambiente agradável contam pontos a favor, mas o determinante é a sensação de festa na boca enquanto se está comendo. Sem mais delongas, vamos lá:
10 º lugar:
Embora tenha estado apenas uma vez no Sashiburi, saí bastante satisfeito. Não posso dizer que fiquei encantando, mas a comida era saborosa, o atendimento foi eficiente e o ambiente estava agradável. No conjunto, vale o décimo lugar: um lugar para conhecer sem medo.
9º lugar:
Estive mais vezes no Gokan Sushi Lounge (em frente ao shopping Moinhos) do que no estabelecimento original (na Praça Japão). Em ambos, o atendimento é de primeira linha, e a comida é muito saborosa e bastante variada. Fico com o Gokan Sushi por preferir um ambiente em estilo mais tradicional (o conceito de lounge fica um pouco distante da minha visão de culinária japonesa). Poderia ter uma posição melhor, mas o preço cobrado o coloca na faixa dos restaurantes mais top, e por mais que a comida seja saborosa, não é suficiente para colocá-lo no mesmo patamar dos restaurantes vencedores.
8º lugar:
O Restaurante Saikô é um dos que mais bem equilibram custo e benefício. Lá, é possível comer muitas variedades de pratos, alguns bons, alguns excelentes, por um preço bastante justo. O ambiente é agradável, embora a localização não seja das melhores. Detalhes que não chegam a impedir que o Saikô ocupe uma honrosa oitava posição.
7º lugar:
O Takêdo foi o restaurante sobre o qual eu mais criei expectativas: entre a primeira vez em que ouvi falar dele (e muito bem) e o dia em que finalmente o visitei (poucas semanas antes de deixar Porto Alegre), passaram-se de dois a três anos. Não há dúvidas, o Takêdo oferece ótima comida. O ambiente é um tanto esnobe, para o meu gosto, mas ainda assim não é desconfortável, e o atendimento é eficiente. O que o derruba de ocupar uma das primeiras posições é que ele não consegue ser tão bom quanto um ou dois restaurantes, nem tão barato quanto vários outros. Assim, fica com justiça próximo ao meio da lista.
6º lugar:
A Japesca, tradicional peixaria de Porto Alegre, apostou e venceu ao abrir sua própria Temakeria no Mercado Público, em 2009. Em pouco tempo, o local passou a ser tão frequentado que passou a ser desagradável. Então, foi aberto um novo espaço na Siqueira Campos. O novo espaço, mais amplo, mais organizado, mais iluminado, tornou-se muito mais interessante que o original. É uma das opções mais baratas da cidade, com temakis custando desde R$5. Para quem come muito, como eu, isso não chega a ser uma vantagem assim tão grande, já que para comer o equivalente ao que eu consumiria em um restaurante livre, eu acabaria pagando virtualmente o mesmo preço. Mesmo assim, para uma refeição leve, um lanche, um happy hour, a Temakeria Japesca é uma ótima pedida.
5º lugar:
O Jappa Sushi é o restaurante japonês que eu mais frequentei em Porto Alegre. Não sei quantas vezes estive lá, mas é um número que pode ser contado nas dezenas. Experimentei algumas refeições extraordinárias, especialmente nos primeiros meses de funcionamento do local. Tudo lá funcionava exatamente como deveria. Com o passar do tempo, o movimento aumentou, o preço subiu, uma parte da equipe foi trocada. A mágica deixou de existir – sorte dos outros, pois caso contrário o Jappa estaria em primeiro. Mesmo sem mágica, entretanto, o quinto lugar ainda cabe bem a este estabelecimento, no qual a satisfação é, até onde eu posso afirmar, garantida.
4º lugar:
Ah, o Daimu. O caso aqui é contrário ao do Jappa. Nas três primeiras vezes em que estive no Daimu, não o considerei realmente bom. Na primeira, realmente, saí bastante frustrado. Ainda bem que não desisti facilmente, pois a segunda foi melhor. A terceira, um pouco melhor. Depois disso, foi só alegria. Antigamente, o sushi dava a impressão de não ser fresco, o sabor que ficava na boca não era agradável, isso foi mudado radicalmente, ao ponto de os problemas ficarem de lado e as características positivas passarem a se destacar. Entre tais características está a quantidade de pratos exclusivos do local. Há algumas pérolas que você só experimenta por lá. E elas valem a pena.
3º lugar:
O Sushi by Cleber talvez seja o mais tradicional restaurante japonês da cidade. E talvez tenha a comida mais saborosa. Foi lá que eu comi o sashimi de salmão que ainda me serve de referência. Mas por que, então, ele não é o primeiro? Ele seria, não fosse o fato de dois restaurantes terem sido abertos há menos de um ano, servindo comida do mesmo nível do Cleber (ou tão boa quanto, ou devendo muito pouco a ele), mas com preços muito mais justos. O valor exageradamente elevado derruba o Cleber do topo para a terceira posição.
2º lugar:
Seninha é um dos sócios do Sashiburi. Em dezembro de 2010, ele abriu um espaço que leva seu nome. De negativo, só o ambiente: um espaço tão pequeno que é praticamente um corredor, que lota rapidamente, e fica no Mercado Público (ou seja, fecha cedo). De positivo, todo o resto: a comida é extremamente saborosa, o atendimento é eficiente e simpático (o próprio Seninha costuma estar por lá, e é muito amigável com os clientes), há ampla variedade, inclusive alguns pratos exclusivos, e o preço é justo. Um restaurante para ir e ir de novo. Teria todas as condições de ocupar a primeira posição, não fosse pelo…
Hadouken Sushi Bar – O grande vencedor
Inaugurado na metade de 2011, o Hadouken é, essencialmente, todas as qualidades do Seninha, sem o problema do espaço (considere-se que ele não abre para o almoço, o que não é um defeito grande para mim). Estive lá quatro ou cinco vezes, e em todas elas saí extasiado. O grande desafio do Hadouken é manter o foco em oferecer comida desse nível de qualidade pelo preço que tem cobrado. Se o preço vier a se aproximar do Cleber, o Hadouken perde seus diferenciais. Caso mantenha o valor na faixa atual, o Hadouken torna-se quase imbátivel. Quem sabe, no futuro, eu possa revisitar estes e outros locais e verificar quem subiu, quem desceu, quem fechou e quem abriu. Por enquanto, deixo Porto Alegre com a convicção de que há restaurantes aí capazes de satisfazer até os mais exigentes amantes da culinária japonesa.
Mais sobre comida japonesa:
Melhores Restaurantes Japoneses para Almoçar em Porto Alegre – versão 2011
Melhores Restaurantes Japoneses para Almoçar em Porto Alegre – versão 2009