Casal contrata uma nova governanta, uma mulher de difícil trato e que parece fugir de algo em seu passado. A relação da patroa com a empregada define a vida de ambas. Apesar de falado em inglês, trata-se de um filme húngaro, adaptado da obra – com pitadas autobiográficas – de uma famosa novelista do país. Com sensibilidade e sutileza, sem muitos dos arroubos dramáticos comuns ao cinema mainstream, Atrás da Porta baseia-se no cotidiano e nas idiossincrasias das pessoas para construir a sensação de que os personagens são efetivamente seres humanos, e não meros avatares. Contribui muito para isso que o par central seja encarnado por duas atrizes de alto nível. Helen Mirren, em especial, oferece atuação impecável. Não é nenhuma obra de gênio, mas sem dúvida é um filme que vale a pena ver, apesar de não ser uma experiência propriamente confortável.