Encarnei o brasileiro e acabei visitando a Bienal apenas no penúltimo dia. Culpa do clima, que me impediu de ir durante o fim de semana. Azar. Como era de se esperar, algumas obras eram muito boas, outras pareciam ter o intuito de chocar e confundir, na esperança de isso ser confundido com talento. Bom, qualquer que seja a forma de arte em questão, sempre haverá artistas apelando para esse truque.
Já deixo claro desde o início que não sou especialista em artes plásticas, então muitos dos meus comentários são apenas observações de um semileigo. A exposição Absurdo, a primeira entre aquelas localizadas no cais do porto (MARGS e Santander Cultural também abrigaram mostras), me pareceu a mais interessante. Além da característica eminentemente lúdica criada pela areia, me chamou a atenção o fato de que ela pode ser muitas pequenas coisas, quando se observa cada obra, ou algo diferente quando se observa o todo. Além disso, a obra que recebe o visitante ao “Cabaret da Pintura” da artista Alejandra Seeber foi a que mais me agradou de toda a exposição. O conceito da mostra Ficções do Invisível também é interessante, ainda que não se possa dizer o mesmo de muitos dos trabalhos lá expostos.
Há outras obras interessantes, dentre as várias expostas, e se fatalmente muitas não vão agradar quem quer que esteja avaliando, a Bienal em si serve pelo questionamento que faz do que é arte, uma questão que qualquer pessoa deveria se perguntar pelo menos de vez em quando. E, tendo ido durante a semana, reparei na grande quantitade de escolas que levam crianças para prestigiar o evento. Quando estamos falando de construir cultura, nunca é cedo demais para começar. Exceto pelo vídeo do samba, esse é melhor as crianças não verem, hehehe. Enfim, em 2011, se Deus quiser, tem mais.